sexta-feira, 19 de março de 2010
Escala do tempo geológico
Reconstituição de paleoambientes
Os fósseis de fácies permitem pela aplicação do princípio das causas actuais, relacionar os ambientes actuais com o ambientes antigos. Estes caracterizam-se por pertencerem a seres que ocupam ambientes específicos e que não sofreram evolução.
A partir dos seres vivos actuais podem-se extrapolar as suas características para os organismos fósseis similares, como por exemplo, o modo de vida, o tipo de alimentação, o tipo de locomoção, a reprodução, etc. O Princípio das causas actuais que resume-se da seguinte forma: as interacções dos seres vivos actuais, entre si e com o meio ambiente, são a chave para a interpretação dos requisitos ecológicos e das relações dos seres vivos no passado.
Assim, parte-se do principio que as exigências ambientais de organismos fósseis foram as mesmas que as dos organismos actuais que lhes são similares, podendo-se desta forma extrapolar a Paleoecologia da altura em que viveram esses organismos fósseis.
Princípio da intersecção e da inclusão
Princípio da sobreposição
Princípios da continuidade lateral - Os estratos podem ser tanto mais espessos como menos espessos, consoante as condições de sedimentação do local. Isto permite datar, em colunas estratigráficas de dois lugares afastados, sequências de estratos idênticas (desde que as sequências de deposição sejam semelhante).
Princípio da identidade paleontológica - Estratos pertencentes a colunas estratigráficas diferentes e que possuam conjuntos de fósseis semelhantes têm a mesma idade relativa. Nesta datação, são importantes os fósseis de idade. São bons fósseis de idade aqueles que tiveram um curto período de vida, mas que tiveram uma grande expansão geográfica.
Datação relativa das rochas
Datação relativa é comparar a rocha que se analisa com outras fazendo um friso.
Os princípios usados na datação (relativa) das rochas são:
• O Princípio da Sobreposição
Numa sequência não deformada de rochas sedimentares, o estrato mais antigo é o que se situa mais inferiormente, sendo as camadas supradjacentes sucessivamente mais recentes.
• O Princípio da Identidade Paleontológica
Estratos com o mesmo conteúdo fossilífero apresentam a mesma identidade e tiveram a sua origem em ambientes semelhantes.
• O Princípio da Intersecção ou corte
Estruturas geológicas (como intrusões ígneas ou falhas) que intersectam são mais recentes do que estas.
• O Princípio da Inclusão
Um fragmento incorporado num outro é mais antigo do que este. Por exemplo: nas rochas magmáticas é comum encontrar fragmentos de outras rochas, nomeadamente xenólitos, que foram incorporados aquando da consolidação do magma que originou as rochas onde estão inseridos.
Diagénese
- Cimentação – preenchimento dos espaços entre os sedimentos por novos minerais que resultam da precipitação de substancias químicas dissolvidas na agua (sílica, carbonato de cálcio, óxidos de ferro, etc.). Estes materiais formam um cimento que liga as partículas, formando uma rocha consolidada.
Transporte e Sedimentação
Os materiais resultantes da meteorização são, em regra, transportados pela água e pelo vento para outros locais.
Durante o transporte sofrem modificações como o arredondamento e a granotriagem.
Sedimentação
Ocorre quando o agente transportador perde energia e os materiais transportados ficam depositadas (sedimentos).
A deposição dá-se geralmente, em camadas sobrepostas (estratos), horizontais e paralelas, sobretudo quando ocorre em ambientes aquáticos.
Cada nova camada que e forma sobrepõe-se e comprime as mais antigas, situadas por baixo dela.
Meteorização química e meteorização física
Ocorre quando os minerais numa rocha são alterados ou dissolvidos quimicamente. O esboroamento ou mesmo a desaparição das inscrições que se encontram em antigos monumentos são resultado da meteorização química.
As reacções mais tipicas da meteorização química são as seguintes:
1. Oxidação – o oxigénio também é muito importante na meteorização química, provocando oxidações.
2. Carbonatação – as águas acidificadas podem reagir. Assim, os calcários são alterados e destruídos por um processo químico, a carbonotação.
3. Hidrólise – são reacções de alteração química que envolvem água
Meteorização física
Ocorre quando a rocha sólida se fragmenta por processos físicos, que não alteram a sua composição química. O cascalho de blocos de pedras e colunas que, antigamente, formavam templos estáveis na Grécia Antiga e as fendas e aberturas nos túmulos e monumentos do Antigo Egipto são, primordialmente, o resultado da meteorização física (também chamada de meteorização ou alteração mecânica). A meteorização química e física entre ajudam-se, reforçando-se uma à outra. Quanto mais rápido for o decaimento, maior se torna o enfraquecimento dos fragmentos e mais susceptível a rocha é de se quebrar; quanto menores forem os fragmentos, maior a superfície disponível para o ataque químico e mais rápido se torna o decaimento.
Depois de a tectónica e o vulcanismo terem formado montanhas, a alteração química e mecânica abrem fendas – diaclases – nas mesmas através da chuva, do vento, do gelo, da neve e da gravidade de modo a aplanar a paisagem. É este o percurso da erosão, definida como o conjunto de processos de aplanação da crosta terrestre através dos agentes da geodinâmica externa envolvendo meteorização do material já existente, transporte e deposição do mesmo noutro local, contribuindo para a modificação das formas criadas pelos agentes de geodinâmica interna. Ao fazer isto, a erosão está continuamente a pôr a descoberto mais material rochoso que fica pronto para ser alterado, ao mesmo tempo que novas rochas surgem nas bacias de sedimentação.
A meteorização e a erosão não só estão intrinsecamente ligadas como também são os principais processos do ciclo litológico. Juntamente com a tectónica e o vulcanismo, os outros elementos do ciclo litológico, a meteorização e erosão modificam a forma da superfície terrestre e alteram o material rochoso, convertendo todos os tipos de rochas em sedimentos e formando solos. Em algumas circunstâncias, a meteorização e a erosão são inseparáveis. Quando uma rocha tal como o calcário puro ou o sal–gema meteoriza através de dissolução na água pluvial, por exemplo, todo o material é completamente dissolvido e transportado pela água sob a forma de iões em solução. O material dissolvido durante a meteorização química contribui significativamente para o total de material dissolvido nos oceanos.
Formação das rochas sedimentares
Diagénese – evolução posterior dos sedimentos, conduzindo à formação de rochas consolidadas.
As rochas sedimentares são formadas a partir da pressão exercida sobre as partículas de sedimentos carregados e depositados pela acção do ar(vento), gelo ou água. Conforme os sedimentos se acumulam, eles vão sofrendo cada vez mais pressão, se solidificando, num processo conhecido como litificação (formação rochosa) e os fluidos originais acabam sendo "expulsos".
• Sedimentos detríticos - minerais que provêem directamente de rochas pré-existentes;
• Sedimentos de origem química - minerais novos formados devido a fenómenos de transformações químicas ou de precipitações de soluções;
• Sedimentos biogénicos - Por exemplo: conchas e fragmentos de plantas.
Rocha
O estudo científico das rochas é chamado de petrologia, um ramo da geologia.
Rochas sedimentares são compostas por sedimentos carregados pela água e pelo vento, acumulados em áreas deprimidas. Correspondem a 80% da área dos continentes e é nelas que foi encontrada a maior parte do material fóssil.
As rochas sedimentares são um dos três principais grupos de rochas (os outros dois são as rochas ígneas e as metamórficas) e formam-se por três processos principais:
• pela deposição (sedimentação) das partículas originadas pela erosão de outras rochas (conhecidas como rochas sedimentares clásticas);
• pela precipitação de substâncias em solução;
• pela deposição dos materiais de origem biogénica (de materiais produzidos pelos seres vivos, quer de origem química ou detrítica).
As rochas sedimentares podem ser divididas respectivamente em:
• Detríticas
• Quimiogénicas
• Quimiobiogénicas
As rochas detríticas podem ser:
• Consolidadas - se os detritos apresentam-se ligados por um cimento;
• Não consolidadas - se os detritos não estão ligados entre si.
Propriedades químicas
Os minerais podem ser classificados de acordo com sua composição química e são enumerados abaixo na ordem aproximada de abundância na crusta terrestre.
1. Silicatos
2. Carbonatos
3. Sulfatos
4. Halóides
5. Óxidos
6. Sulfetos
7. Fosfatos
8. Elementos nativos
Dureza e densidade
Expressa a resistência de um mineral à abrasão ou ao risco. Ela reflecte a força de ligação dos átomos, iões ou moléculas que formam a estrutura. A escala de dureza mais frequentemente utilizada, apesar da variação da dureza nela não ser gradativa ou proporcional, é a escala de Mohs, que consta dos seguintes minerais de referência (ordenados por dureza crescente):
1 – Talco;
2 – Gipsita;
3 – Calcita;
4 – Fluorita;
5 – Apatita;
6 – Ortoclase;
7 – Quartzo;
8 – Topázio;
9 – Corindo;
10– Diamante.
Densidade
É a medição directa da densidade mássica, medida pela relação directa entre a massa e o volume do mineral.
Clivagem e fractura
É a forma como muitos minerais se quebram seguindo planos relacionados com a estrutura molecular interna, paralelos às possíveis faces do cristal que formariam. A clivagem é descrita em cinco modalidades: desde pobre, como na bornita; moderada; boa; perfeita; e proeminente, como nas micas. Os tipos de clivagem são descritos pelo número e direcção dos planos de clivagem.
Fractura
Refere-se à maneira pela qual um mineral se parte, excepto quando ela é controlada pelas propriedades de clivagem e partição. O estilo de fracturação é um elemento importante na identificação do mineral. Alguns minerais apresentam estilos de fracturação muito característicos, determinantes na sua identificação. Minerais com fractura conchoidal, por exemplo, são: quatzo, zircão, ilmenita, calcedônia, opala, apatita.
Brilho ou Lustre
Brilhos não metálicos:
Acetinado — brilho não metálico que faz lembrar o brilho do cetim; é característico dos minerais fibrosos;
Adamantino — brilho não metálico que, pelas suas características, nomeadamente a intensidade, se assemelha ao do diamante (são exemplos a pirargirita e a cerussita;
Ceroso — brilho não metálico que lembra o da cera (é exemplo a variscita);
Nacarado — brilho não metálico semelhante ao das pérolas (é exemplo a caulinita);
Resinoso — brilho não metálico que lembra o observado nas superfícies de fractura das resinas (é exemplo a monazita);
Vítreo — brilho não metálico que lembra o do vidro (são exemplos a fluorita, a halita e a aragonita);
Brilhos metálicos:
Metálico — brilho que se assemelha ao dos metais, sendo característico de minerais opacos como a galena, a calcopirita e a pirita;
Submetálico — brilho que faz lembrar o dos metais, mas não tão intenso, sendo característico dos minerais quase opacos como a cromita.
Risca ou Traço
Cor dos minerais
Minerais
O estudo dos minerais constitui o objecto da mineralogia.
Mineralóide – substâncias sólidas, naturais e inorgânicas, mas sem estrutura cristalina – as partículas constituintes não definem uma distribuição regular.
- Propriedades ópticas – cor, risca, brilho
- Propriedades mecânicas – dureza, clivagem, fractura
- Densidade
As propriedades físicas dos minerais resultam da sua composição química e das suas características estruturais. As propriedades físicas mais óbvias e mais facilmente comparáveis são as mais utilizadas na identificação de um mineral. Na maioria das vezes, essas propriedades, e a utilização de tabelas adequadas, são suficientes para uma correcta identificação.
Medidas de prevenção
- Elaboração de cartas de ordenamento do território com definição de zonas habitacionais, agrícolas, ecológicas, vias de comunicação, etc.)
- Elaboração de cartas de risco geológico
- Remoção ou contenção (pregagens, muros de suporte, arborização, sistemas de drenagem, redes metálicas, etc.) que possam constituir risco.
Causas dos movimentos em massa
Factores desencadeantes – precipitação, acção antrópica (destruição do coberto vegetal, remoção de terrenos para construção ou abertura de estradas), ocorrência de sismos e tempestades no mar.
Erosão de vertentes
Erosão hídrica – desgaste mais ou menos lento e gradual dos solos devido ao impacto da chuva e escoamento das águas ao longo das vertentes.
Movimentos em massa – deslizamento, em regra busco e repentino, de uma grande massa de materiais ao longo de uma vertente.
Medidas de “protecção”
Para além de dispendiosas revelam-se, em regra, perigosas e nefastas para o litoral.
Alimentação artificial em sedimentos em determinadas praias. Embora cara, é uma solução mais económica e menos agressiva do que as obras de engenharia.
Evolução do litoral
Causas naturais – alternância entre regressões e transgressões marinhas, com variação do nível médio da água do mar; alternância entre períodos de glaciação interglaciação; deformação das margens continentais por força de movimentos tectónicos.
Causas antrópicas – agravamento do efeito de estufa provocado pelo excesso de CO2; construção desordenada na faixa litoral; diminuição da quantidade de sedimentos devido à contrução de barragens nos rios,; destruição de dunas, arranque do coberto vegetal e extracção de inertes para construção civil.
Zonas costeiras
Formas de erosão
Desgaste provocado pelo impacto dos movimentos das águas do mar (ondulação, correntes, marés) sobre a costa.
Abrasão marinha – erosão provocada pelo constante rebentar das ondas (sobretudo se transportarem partículas sólidas) de encontro com as rochas. Especialmente em costas altas e escarpadas (arribas).
Plataforma de abrasão – superfície aplanada e irregular situada na base da arriba, entre marés, onde se depositam detritos rochosos caídos da arriba.
Formas de deposição
Resultam da deposição de materiais arrancados pelo mar ou dos materiais transportados pelos rios (praias, ilhas-barreira, …)
Praias – resultam da acumulação de sedimentos de variados tamanhos e formas. Podem observar-se dunas litorais que impedem o avanço do mar para o interior e constituem ecossistemas únicos, de grande biodiversidade.
Extracção de inertes
Consequências:
- Desaparecimento de praias fluviais;
- Descalçamento de pilares de pontes, podendo originar quedas;
- Alterações das correntes;
- Redução na quantidade de sedimentos que chegam ao mar.
Barragens
- Permite regular o caudal dos rios;
- A retenção de água na albufeira evita inundações a jusante;
- As barragens permitem ainda outras utilizações da água:
- Produção de energia hidroeléctrica;
- O abastecimento das populações;
- As actividades de recreio;
- A irrigação de terrenos agrícolas.
Desvantagens:
- Retenção de sedimentos a montante da barragem, com redução da carga;
- Carga sólida debitada pelos rios no mar; destruição ou desequilíbrio dos ecossistemas da zona, pela inundação de áreas anteriormente emersas, e interferência com as migrações de peixes;
- Acumulação de sedimentos a montante, diminuindo a capacidade de armazenamento da albufeira;
- Diminuição do transporte de sedimentos pelos rios, reduzindo drasticamente o fornecimento de sedimentos para a orla costeira, pois o maior transporte de sedimentos ocorre nos períodos de cheia que são reduzidos nos rios com regime artificial;
- Modificações no perfil transversal dos rios, que poderão estar na origem de uma maior erosão a jusante das barragens.
Cheias
Causas:
- Excesso de precipitação
- Falta de limpeza
- Assoreamento dos leitos dos rios, riachos e ribeiras
- Construções sem planeamento
- Ruptura de barragens e de diques.
Consequências:
- O excesso de água aumenta os caudais dos cursos e o leito normal extravasa, provocando a inundação das zonas mais próximas – leito de cheia.
- A elevação do leito pode acarretar elevados prejuízos materiais e humano.
Medidas de prevenção:
- Elaboração de cartas de zonas inundáveis
- Cumprimento da legislação.
Principais factores de risco associados às Bacias Hidrográficas
- Cheias;
- Construção de barragens;
- Extracção de inertes;
- Construção em leito de cheia.
Espaço que pode ser ocupado pelas águas
- Ordinário / Aparente
- Cheia / Inundação
- Estiagem / Seca
Leito de um rio – espaço que pode ser ocupado pelas águas.
Leito aparente ou ordinário - sulco onde, normalmente, correm águas e os materiais que elas transportam.
Leito de cheia ou de inundação – espaço do vale que é inundável em época de cheias.
Leito de seca ou de estiagem – zona ocupada por uma quantidade menor de água.
A actividade geológica de um rio engloba:
- Erosão
- Transporte
- Sedimentação
Erosão - Extracção progressiva de materiais do leito e das margens do rio. Deve-se à pressão exercida pela água em movimento sobre as saliências do leito e das margens dos rios.
Transporte - Deslocação dos detritos rochosos erodidos pela corrente de água para outros locais. Designa-se por Carga sólida de um curso de água o conjunto de fragmentos sólidos por ele transportados.
Sedimentação - Deposição dos materiais ao longo do leito e nas margens dos cursos de água – nos terraços fluviais, nos deltas e nos aluviões.
Bacias Hidrográficas
Rede hidrográfica – conjunto formado por um rio e por todos os cursos de agua que nele debitam as suas águas.
Bacia hidrográfica – Toda a área, cujas aguas se dirigem para uma rede hidrográfica.
Características das Bacias Hidrográficas determinantes do comportamento dos cursos de água
- Relevo
- Natureza e Estrutura das rochas
- Clima da região
- Cobertura vegetal
- Acção antrópica
Ocupação antrópica e problemas de ordenamento
Ordenamento do território – conjunto de processos integrados de organização de espaço biofísico, tendo como objectivo a sua ocupação, utilização e transformação de acordo com as capacidades do referido espaço.
Para além dos sismos e vulcões, e de acordo com as características geológicas e climáticas de cada região, existem situações muito perigosas para o Homem – riscos geomorfológicos:
- As cheias, as construções de barragens, a extracção de inertes e a erosão fluvial, associadas às bacias hidrográficas;
- A pressão urbanística e a erosão costeira, associadas às zonas costeiras;
- Os movimentos de massa e a erosão das vertentes, associados às zonas de vertente.
quinta-feira, 18 de março de 2010
Sistema de classificação de Whittaker
• Nível de organização celular - considera essencialmente o tipo de estruturas celular procarióticas ou eucariótica e se há unicelularidade ou multicelularidade.
• Tipo de nutrição - tem como bases o processo de obtenção de alimento.
• Interacção nos ecossistemas -os tipos de nutrição relacionam-se com as interacções alimentares que os organismos estabelecem nos ecossistemas.
(clica nas imagens para ampliar)
Os reinos da vida
No séc. XIX, os biólogos dividiram os seres vivos em dois reinos: Plantae e Animalia. Aristóteles considerou critérios como: unicelularidade ou pluricelularidade, fototrofismo, heterotrofismo, seres com ou sem locomoção. No entanto, esta classificação tinha algumas limitações como o facto das bactérias, euglenas e fungos estarem incluídos no Reino Plantae. Isto porque, há bactérias que não realizam fotossíntese; fungos que não são fotossintéticos e com parede celular de natureza não celulósica; e o facto das euglenas, apesar de fotossintéticas, terem locomoção.
Com o avanço do microscópio, em 1866 o biólogo alemão Ernest Haeckel propôs um terceiro reino, o Reino Protista que incluía as bactérias, protozoários e fungos, cujas características não são nem de animais nem de vegetais.
Posteriormente, Herbert Copeland (1902-1968) introduziu um novo reino, o Reino Monera, considerando um novo critério: seres procariontes e eucariontes.
No entanto, a maioria dos biólogos, até meados do séc. XX, continuou a basear-se na classificação em dois reinos, ignorando as outras propostas.
Só na década de 60 do séc.XX, devido a conhecimentos obtidos por técnicas bioquímicas, e pela microscopia electrónica, a relação dos reinos dos seres vivos mudou, e em 1969 apareceu uma nova classificação dos seres vivos. O ecologista americano Robert H.Whittaker passou a incluir os seres vivos em cinco reinos, em que os fungos passam a constituir um reino independente, designado de Fungi. Este sistema de classificação era coerente, quer com o registo fóssil, quer com os dados moleculares mais recentes.
Hierarquia das categorias taxonómicas
Nomenclatura - regras básicas
- O nome das espécies consta sempre duas palavras em latim. A primeira corresponde ao género da espécie e a segunda ao restrito específico;
- A designação dos grupos superiores à espécie é uninominal;
- O nome da família obtêm-se acrescentando ao reino dos animais -idae e ao reino das plantas –aceae;
- Quando as espécies têm subespécies, utiliza-se uma nomenclatura trinominal, sendo o terceiro nome restrito subespecífico;
- Os nomes são escritos em itálico ou são sublinhados;
- À frente do nome da espécie vem o nome do descobridor e o ano em que se fez a descoberta.
Sistemática dos seres vivos
Diversidade de critérios de classificação
As primeiras classificações privilegiavam as características estruturais e não tinham em conta o factor tempo.
Eram portanto, classificações horizontais. Dentro das classificações horizontais podemos englobar:
· Classificações práticas -agrupam os seres vivos de acordo com a sua utilidade para o Homem
· Classificações racionais- agrupam os seres vivos de acordo com as características que apresentam
As classificações racionais podem ser artificiais ou naturais.
As artificiais baseiam-se em apenas numa característica ou num pequeno número de características estruturais enquanto as naturais baseiam-se no maior numero possível de características, pelo que transmitem maior quantidade de informação.
Quando Darwin apresentou a sua teoria para termos evolutivos, a diversificação passou a ser classificada em relação aos graus de parentesco. Este tipo de classificação é chamado classificação evolutiva ou filogenética.
Esta classificação tem o nome de classificação vertical pois consideram o factor tempo e as relações de parentesco.
As relações de parentesco podem-se representar por árvores filogenéticas.